quinta-feira, abril 18, 2013

Justiça decide que terreno doado ao CNEC volta a ser patrimônio público




Decisão do juiz da 2ª Varada Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande, Amauri da Silva Kuklinski concedeu devolução para o Poder Público Municipal do terreno onde funcionava a Escola Cenecista Oliva Enciso, Afonso Pena com 25 de Dezembro. Depois que a entidade encerrou suas atividades em Campo Grande e anunciou à venda do patrimônio uma série de mobilizações aconteceu inclusive uma audiência pública na Câmara de Vereadores, presidida pelo vereador Eduardo Romero (PT do B).

Um dia após a audiência pública ser realizada na Câmara Municipal, em 10 de março, o Executivo Municipal publicou em Diário Oficial (11 de março) a declaração de utilidade pública do terreno com a finalidade de desapropriação. Depois disso, no dia 11 de abril o Executivo propôs na Justiça um requerimento de antecipação de tutela para que o terreno voltasse a ser incorporado ao poder municipal. No dia seguinte, 12 de abril, vieram decisões favoráveis ao pedido.

Em sua decisão, o Juiz Amauri Kuklinski concordou com argumentos apresentados durante a audiência pública e que publicados em veículos de comunicação eram salutares e com isto entendeu que a Escola CNEC deixou de atender o interesse público e com isso consubstanciou a doação do referido imóvel pelo poder público.

O juiz considerou que o terreno foi doado aos Cenecistas há quase 50 anos ‘por meio de autorização legislativa para fim específico e com previsão expressa de reversão, conforme verificada Lei nº 957, de 18 de maio de 1966 e transcrição acostada, por força da supremacia de interesse público’.

Ainda na decisão, o juiz considerou que ‘o dano de difícil reparação consiste não só na demanda escolar reprimida como, em caso de procedência, no prejuízo que poderá ser causado a terceiro de boa fé que venha a adquirir de forma onerosa o imóvel em questão, tendo em vista, ainda, a edição do Decreto expropriatório de nº 12.113, de 11 de março de 2013’, publicado no Diário Oficial do Município pelo prefeito Alcides Bernal.


‘Nossa primeira bandeira como vereador foi a questão da escola CNEC. Entendemos que não poderia ocorrer o fato de que um terreno doado com finalidade específica passado o tempo o que era público foi incorporado ao patrimônio particular e seria vendido por R$ 11 milhões. Em nenhum momento questionamos a chancela dos compradores, mas a necessidade da devolução deste patrimônio à sociedade’, destaca o vereador Eduardo Romero.

O parlamentar foi procurado por pais, alunos e funcionários da Escola CNEC assim que souberam do encerramento das atividades de ensino e demissões de funcionários. Além disso, a notícia da intenção de venda de um terreno doado pelo Poder Público Municipal e que recebeu recursos estaduais e federais para sua estruturação física trouxe uma série de questionamentos.

O vereador encaminhou um requerimento ao Executivo Municipal cobrando uma decisão do prefeito no processo. ‘Hoje recebemos a confirmação da reversão da doação. Temos certeza que a população está agradecida por ter de volta um terreno público que é do povo.  Este era um desejo da sociedade. Agradeço aos vereadores que somaram a nossa defesa e entendemos que alguns foram contrários, mas a Câmara é um local de debates mesmo e com opiniões diversas. Agradecemos ao Poder Executivo que se atentou as reivindicações da sociedade’, finalizou Eduardo Romero.

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